Há mais de 500 anos neste solo se extermina é fato os povos indígenas. O etnocídio e genocídio praticado por vários grupos sejam eles da direita ou de grupos ditos de esquerda se enraíza e contribui em várias instâncias. (A história confirma isso)
Instituições de defesa de direitos como o judiciário possuem um ideólogo de continuidade deste massacre. Compactuam com elas o Legislativo e Executivo. Com leis que beneficiam grupos políticos anti indígenas. Além disso praticam o racismo institucional que perpassa instâncias de poder e encontra sua continuidade no micro poder em várias outras instituições.
A cidade compactua com a unidade daquilo que todos sabem que existe que é o preconceito. Com a falência da educação pública para com suas ações fragmentadas, excluem a luta de diversos povos que hoje são 305 etnias e 274 línguas. Temos ainda outros 20 povos vivendo de forma isolada na Amazônia legal. Mas é invisível aos olhos da sociedade , mídia, do livro e de muitos professores. Que legitimam e muitas vezes ainda contribuem com a invisibilidade.
Na educação a prática que deveria ser libertária, parte de seu fundamento teórico que dá continuidade ao invés de romper o status quo. Tanta ideologia que nasce da luta por mudanças, mas legitima -se na continuidade do mesmo. Quero dizer que o ideólogo possui recorte histórico amparado na tradição ocidental de ensino. Serve se ao modelo ocidental de educação para compactuar mudanças desde que seja através do conhecimento científico purista , racional, excludente e acadêmico. Bom saber que parte deste conhecimento se faz a mercê da descontinuidade de outros conhecimentos. Este por sua vez milenar e amparado nas diversas culturas em solo genuinamente indígena. Mas para muitos parece não ser.
Diria aqui existir um antropocentrismo e o homem como centro. Mas um antropocentrismo político que vira pele em determinados locais que se discute trabalho, educação lutas sociais. Entre outras lutas.
O guerreiro que pede mudanças hoje exclui outras, desdenha, desconhece, destrói o conhecimento. É arrogante e incapaz de olhar o outro.
Neste processo de aprendizagem a séculos, décadas e dia a dia. Percebe-se que a luta é para se propagar o novo. Para se buscar o novo. Mas desde que seja para manter o fracassado modelo de educação que exclui e deslegitima a luta dos povos indígenas e de outros movimentos sociais.
Por meio desta singela, mas polêmica leitura peço passagem para afirmar nossos conhecedores de luta Marçal Guarani, Sepé Tiaraju, Maninha xucuru, Daniel Munduruku entre outros que contribuíram e fortalecem a presença indígena seja hoje em espírito. Seja nos livros do conhecimento indígena. Ou no movimento indígena que luta por terra, preservação de sua cultura e da natureza.
A presença indígena Não deslegitima a teoria Marxista, Bakuniana entre outras. Mas agrega outros conhecimentos para a construção desta luta que se começa na legitimidade de se construir o novo.
Quero deixar claro a todos o meu descontentamento com o antropocentrismo político que se dá na esfera do micro poder. Uma vez que a luta periférica deverá se dar na construção da identidade deste povo que se subjuga europeu. Que se propaga nos livros e ideologias evolucionistas que até hoje encontram vazão na leitura do dia a dia nas salas de aula. Na voz de muitos professores. Na TV e programas de cunho etnocêntrico. A periferia é indígena , negra. Luta e é deslegitimada, pois é fruto desta mordaz cultura de se construir o novo a partir do enraizamento da cultura européia, ocidental e branca. Principalmente através do modelo educacional. Modelo fracassado há tempos. Mas legitimado por muitos que se dizem revolucionários e teóricos da práxis Marxista. Que devem mudar seu rumo nas discussões. Quanto a outros grupos nem rumo tem. Produzem o vazio.
Quero dizer que a luta se dá com a mudança de modelo. Não a continuidade que fragmenta e destrói o outro.
A luta indígena pede passagem e deixa seu recado. Mostrando que todo dia é dia de se pensar a permanência desta população que vive por aqui a milênios. Mas para muitos é emigrante de sua própria terra
Um guarani da cidade de SP