A VIVÊNCIA,
Revista de Antropologia do DAN/PPGAS da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte (UFRN) receberá contribuições na forma de artigos para o
dossiê “ETNOGRAFIA, MAPAS E O FAZER ANTROPOLÓGICO”, a ser publicado na edição do primeiro semestre de 2018.
Historicamente,
a cartografia se constituiu como um instrumento, através do qual se tem
exercido domínio e controle territorial. Trata-se de conhecimento
técnico, que produz linguagem específica e restrita a círculos de poder
hegemônico. A antropologia também tem feito fez uso de mapas, seja como
representação geográfica, seja como forma de ilustrar e contextualizar
as descrições etnográficas, além de acompanhar as narrativas
etnográficas que também são representações e criações de imagens e
imaginários do Outro. Podemos lembrar de obras antropológicas
importantes que fizeram uso desse instrumental,tais como os “Argonautas
do Pacífico Ocidental”, famosa obra de Malinowski, e “Os Nuer”, de
Evans-Pritchard para citar dois ícones da antropologia clássica.
A
Partir dos anos de 1990, outras experiências passaram a ser utilizadas
nas pesquisas antropológicas, ampliando a discussão sobre os usos
etnográficos e como forma de pensar em metodologias colaborativas e
comprometidas com inclusão de populações locais em práticas de
mapeamento e produção de conhecimento.
Na
atualidade, a discussão sobre a produção de mapas tem colocado a
disparidade que existe entre as formas de representação de uma
comunidade realizada por agentes externos e aquelas realizadas pelos
próprios sujeitos. Tal discussão se estende também pelas relações de
poder entre a “autoridade” e “legitimidade” dos conhecimentos técnicos e
de especialistas ocidentais sobre os conhecimentos autóctones, situados
e tradicionais, assim como pelo uso e interpretação dos mapas
realizados por outros e utilizados nas investigações sociais ou nas
políticas públicas.
O
dossiê tem como objetivo contribuir para esse debate, a partir de
experiências etnográficas sobre o uso de mapas, cartografias e o
trabalho antropológico. Além disso, daremos prioridade aos trabalhos que
enfatizem as contribuições sobre como esse trabalho tem reverberado
junto às comunidades e povos pesquisados.
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Os autores devem submeter seus textos, seguindo normas do periódico, por meio do portal http://periodicos.ufrn. br/vivencia até o dia 19 de março de 2018. Para mais informações enviar mensagem para o endereço vivenciareant@yahoo. com.br, indicando o assunto do e-mail como "Dossiê etnografia, mapas".
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