Desde pequeno frequentei a escola pública, estudei em escola municipal no extremo da periferia da maior metrópole do pais. Na EMEF Saturnino Pereira era indígena sem saber ao certo de onde vinha, na EE Paulo Sarasate trabalhava era proletariado indígena da grande cidade.
Não sabia ao certo quais caminhos iria tomar na educação. O certo é que a escola pública sempre foi a porta de entrada para minha vida de morador da periferia e estudante indígena. As subjetividades da vida nem sempre nos dão a certeza do amanhã. O certo que a vida nas escolas públicas não foram nada fácil, nem pra mim, muito menos aos meus irmãos que estudaram em escolas públicas de Santo André. Minha família migrou da aldeia Curt Nimuendaju e muitas histórias sobre nós e nossos antepassados eram esquecidas. Minha mãe, Ernestina da Silva foi parte desse processo terrível da história da ocupação dos territórios indigenas do Centro Oeste de São Paulo. Meus avós se deitaram e se eternizaram nas aldeias do Centro Oeste de São Paulo e encantaram nas aldeias do Posto Indígena Laranjinha e Posto Velho no Paraná., no inicio do século XX. Neste sentido este blog trata das minhas memórias e lutas junto a Educação. São memorias e muitas histórias esquecidas e transformadas.
O certo é que a Educação me fez hoje Antropólogo e docente, me fez entender capítulos tenebrosos de muitas histórias que luto hoje por transformar.