Indígenas Isolados nas grandes cidades
Por Emerson Souza, Guarani editor de Tvindígena Brasil
Há muito tempo tenho discutido o isolamento dos indígenas em contexto urbano. Minha pesquisa de Mestrado demonstrou o universo das ações que ocorreram nas ultimas duas décadas na capital paulista e na região metropolitana de São Paulo.
Surgiram nas ultimas décadas inúmeros povos indigenas e que pertencem a inúmeras etnias que se espalham pela região metropolitana da capital paulista. Na pratica estes povos existem e coexistem de forma isolada. È como se não existissem para o poder publico que negligencia varias ações.
Existe um debate intenso travado por lideranças indígenas da capital paulista, o objetivo é para por fim a esse isolamento.
O poder público de fato, nega a existência destas populações, justamente incide criar novas politicas publicas para o Estado. Não basta as estatísticas e dados do IBGE apresentados nas ultimas décadas para questionar e demonstrar esse isolamento. Os dados do IBGE de 2023 apresentam quase um milhão de indígenas vivendo de forma isolado e sem acesso a politicas publicas nas grandes cidades.
São dados reais e que demonstram politicas integracionistas que ocorreram principalmente nos ultimo 120 anos. Que era ocupar territórios indígenas e modificar as estruturas culturais de varias etnias. Uma dela é retirando os indígenas de seus territórios tradicionais e outro é modificar seus hábitos e modos de vida.
Os dados do IBGE evidenciam praticas que se transformaram em regras. O Estado legitima não só a retirada de indigenas de seus ambientes culturais, mas ao fazê-lo os coloca em substratos periféricos em que sua cultura irá de certa forma dissolver no dia a dia das grandes metrópoles.
Neste sentido as organizações indígenas das grandes cidades como São Paulo buscam se organizar e ampliar o campo de debate junto ao poder publico, a fim de buscar soluções para o bem dos povos indígenas.
Veja em o Globo:
"Morador da Zona Leste da capital, Emerson diz que os indígenas que vivem em contexto urbano são discriminados e que a Sesai priorizou grupos aldeados na campanha de vacinação contra o coronavírus:
— Quem está fora é esquecido pelo poder público, como se não fosse indígena — critica o professor, acrescentando que ele mesmo sofreu, em sala de aula, os efeitos da escalada discriminatória dos últimos anos. — Foram muitos questionamentos e preconceito, além de terem sumido as políticas de inclusão."
Vale a pena conferia a matéria de O Globo: https://oglobo.globo.com/brasil/direitos-humanos/noticia/2023/02/conheca-a-historia-dos-indigenas-guarani-etnia-que-vive-em-abandono-e-sob-ameaca-em-quatro-terras-de-sao-paulo.ghtml
Vale muito a pena conhecer o documentário
Nhembo'ea - Escolas indígenas e crianças guaranis no Jaraguá
Fui o orientador de Ariane Freire, jornalista da PUC_SP e pude não só participar, mas de ajudar no que pude para demonstrar a realidade dos povos indigenas de São Paulo.
https://emersoneos.blogspot.com/2023/10/nhemboea-escolas-indigenas-e-criancas.html
